Aliados para um bom desempenho do organismo saiba mais sobre as características e distúrbios de cada um desses sistemas
A integridade existencial do ser humano com saúde depende basicamente da eficiência e do bom desempenho dos sistemas renal e hepático. Justifica-se essa dualidade pelo fato de serem responsáveis pela qualidade do sangue e do fiel processamento bioquímico dos sistemas vitais. Não há como ter saúde se os rins não fazem a limpeza adequada das impurezas do sangue e se o fígado não processa a maioria das reações metabólicas, primordiais a subsistência do organismo.
Características e distúrbios do processo renal
Os rins são dois órgãos existentes na parte posterior do abdômen e tem como finalidade filtrar as impurezas do sangue. A disfunção renal provoca o acúmulo de ureia e outros metabolitos no organismo e é fonte geradora de uma série de outras disfunções, inclusive da insuficiência renal aguda e crônica.
Principais sintomas das doenças renais:
• Pressão alta (pressão arterial acima de 140/90 mmHg);
• Presença de sangue e/ou proteínas na urina;
• Urina com excesso de espuma;
• Urinar com maior frequência, principalmente à noite;
• Dor, queimação e dificuldade para urinar;
• Inchaço principalmente ao redor dos olhos, mãos, pernas e pés;
• Fraqueza constante;
• Cólica renal;
• Dor lombar que não piora com movimentos;
• No exame laboratorial, o valor de creatinina no sangue acima de 1,2 mg/dl para mulheres e 1,4 mg/dl para homens pode ser indicativo de insuficiência renal. A dosagem de creatinina serve para verificar o desempenho renal e é dependente da raça, da idade e da estrutura física de cada pessoa.
Distúrbios que podem atingir os rins:
• Nefrite – presença de proteína (albumina) e sangue na urina, levando a inchaço e pressão alta;
• Pielonefrite – causada pela infecção bacteriana do rim;
• Glomerulonefrite – causada pela inflamação dos glomérulos (grupo de vasos sanguíneos do rim);
• Nefrolitíase – formação de cálculos renais;
• Diabete mellitus – causada pela elevação da glicose (açúcar) no sangue acima do normal;
• Rins policísticos – presença de cistos renais devido à herança genética;
• Desequilíbrio entre magnésio (Mg) e cálcio (Ca), geralmente causado pela presença de metais tóxicos e também por alguns parasitas indesejáveis que são consumidores de zinco (Zn) e magnésio (MG).
Medidas para evitar danos renais:
• Consumir pelo menos 6-8 copos de água diariamente, sempre fora das refeições;
• Evitar consumo excessivo de sal e evitar alimentos e bebidas que contenham altas quantidades de sódio (Na);
• Pelo menos a cada 3 anos, realizar desintoxicação de metais tóxicos, tais como alumínio, chumbo, mercúrio, cádmio, arsênico, níquel, etc., que levem ao desequilíbrio dos fatores zinco, cromo e cobre, ocasionando em deficiências hepáticas e renais pela elevação da densidade sanguínea;
• Pelo menos a cada 2 anos, realizar a desativação de parasitas indesejáveis, que causam desequilíbrios nutricionais e são geradores de toxinas no organismo;
• Alimentar-se de forma balanceada, cosumindo pelo menos 70% dos alimentos na forma crua e evitando alimentos processados e industrializados;
• Praticar exercícios físicos regularmente, evitando o sedentarismo e o estresse.
Características e distúrbios do processo hepático
O fígado é a maior glândula do corpo humano, e localiza-se no lado direito superior do abdômen e sob o diafragma. Seu peso aproximado é de 1,5 kg no homem adulto e 1,2 kg na mulher. Nas crianças é proporcionalmente maior, pois constitui 1/20 do peso total de um recém-nascido. O fígado, por ser o órgão em que ocorre a maior parte das reações metabólicas, qualquer que seja a sua disfunção, geralmente afeta quase todas as funções dos demais sistemas do organismo.
Funções básicas do fígado:
• Emulsificação de gorduras no processo digestivo, pela secreção da bile;
• Armazenamento e liberação da glicose;
• Destruição das hemácias;
• Síntese de proteínas importantes do plasma sanguíneo;
• Desintoxicação do organismo pela neutralização e eliminação de drogas e toxinas;
• Produção dos precursores das plaquetas;
• Sintetizar o colesterol;
• Conversão da amônia em ureia.
Distúrbios de ordem hepática:
• A maior parte das doenças do fígado é acompanhada de icterícia, ou seja, o doente fica com a pele em tom amarelado.
• Uma doença frequente é a hepatite, uma inflamação hepática que tem origem viral. Pode ser classificada em A, B, C, D e E. É caracterizada por dores abdominais, febre, icterícia e dilatação do fígado.
• Hepatite A – é transmitida pelo enterovírus, que geralmente tem origem na alimentação. Já existe vacina para a hepatite A.
• Hepatite B – o vírus da hepatite B (VHB) é cem vezes mais infeccioso que o HIV. As taxas de cura são baixas levando ao desenvolvimento de hepatite crônica, que em longo prazo acarreta em cirrose, falência hepática e câncer no fígado. Os meios de contaminação são transfusão sanguínea, agulhas infectadas (tatuagens, anticoncepcionais injetáveis), contato sexual e pela via placento-fetal. Já existe vacina para a hepatite B.
• Hepatite C – ainda é desconhecida em muitos aspectos. Os meios de transmissão são os mesmos da hepatite B, porém sabe-se que é bem menos infecciosa pela via sexual, sendo a via endovenosa a principal responsável pelo contágio. Pode ser assintomática por ate 20 anos. Também pode levar à hepatite crônica, porém as taxas de cura chegam a 80%. Não há vacina disponível.
• Esteatose hepática – acúmulo de gordura nas células do fígado. Pode ter como causa o consumo abusivo de álcool, obesidade ou sobrepeso, drogas e medicamentos e colesterol alto.
• Hemocromatose – é uma doença hereditária caracterizada por uma absorção exagerada de ferro na alimentação. O mecanismo regulador da absorção fica alterado e o intestino segue absorvendo o ferro, independente do nível do mineral nos depósitos intestinais, gerando a sobrecarga. O ferro é armazenado como ferritina. Esta por sua vez se transforma em hemosiderina que é extremamente tóxica aos tecidos. Como consequência pode levar a cirrose, resistência a insulina (característica da diabetes mellitus), alem da disfunção erétil. Os metais tóxicos são coadjuvantes no desenvolvimento da hemocromatose.
• Cirrose – é o resultado de danos crônicos aos hepatócitos. A destruição dos hepatócitos leva a formação de fibroses (cicatrizes) que alteram a estrutura do fígado, provocando a redução do fluxo sanguíneo, gerando a hipertrofia do baço e a formação de nódulos. A causa principal de cirrose atualmente é por conta das hepatites e esteatoses hepáticas.
• Câncer de fígado – é caracterizado como um descontrole na divisão celular do hepatócito, em consequência da ação de toxinas. Todas as pessoas afetadas com câncer de fígado são portadoras de alto índice de metais tóxicos e de outros fatores da poluição alimentar e ambiental.
Prevenção:
• Cuidar da alimentação verificando a qualidade e a origem dos alimentos. Evitar alimentos processados e industrializados;
• Consumir alimentos de forma balanceada, evitando o excesso de gorduras e principalmente frituras;
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o fumo;
• Evitar o consumo de medicamentos desnecessários;
• Manter o processo renal em boas condições;
• Evitar gorduras trans e gorduras saturadas;
• Realizar descontaminação e neutralização de metais tóxicos e parasitas indesejáveis, pois a maior parte dos problemas hepáticos é de fundo parasitário.
• Manter o bom funcionamento dos rins, com boa ingestão de água e baixo consumo de sal e sódio.
Kunio Ynamoto – Especialista em Nutrição e Qualidade de Vida