Diabetes na Infância

clieme_noticia_13112015_105655_0001Segundo Ministério da Saúde, 5 milhões de brasileiros entre 30 a 69 anos tem diabetes. Se considerarmos a população inteira do país, as estimativas extraoficiais apontam 14 milhões de portadores da doença, que são caracterizadas pela deficiência na produção ou na ação da insulina. A insulina é um hormônio necessário para realizar a internação da glicose em cada célula do organismo, a fim de gerar energia para as devidas funções. Sabe-se ainda que, mais da metade desta estimativa nem desconfia do problema.

“Nos Estados Unidos, o número de diabéticos cresceu 50% em dez anos”, conta o endocrinologista José Egídio Paulo de Oliveira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

HISTÓRICO DA DIABETES

  • A primeira menção sobre diabetes está no Papiro de Ebers, no Egito. Ali a doença era relacionada com o excesso da urina (XV antes de Cristo);
  • O médico grego Arateus de Capadócia cria o nome de diabete. Quer dizer “Passar através”, comparando o doente a um sifão (II antes de Cristo).
  • Em 1674, o médico inglês Thomas Willis experimenta a urina de um diabético, descrevendo seu sabor doce.
  • Em 1776, prova-se que a urina de pacientes diabéticos contém açúcar.
  • No ano de 1859, o fisiologista francês Claude Bernard demonstra que de níveis de açúcar no sangue estão sob constante regulação.
  • Em 1869, o estudante de medicina alemão Langerhans descreve as ilhotas pancreáticas onde a insulina é produzida.
  • No ano de 1889, os alemães Von Mering e Minkowsk retiram o pâncreas de um cão e este desenvolve diabetes. Prova-se a relação do órgão com a doença.
  • Em 1909, o belga J. de Meyers e o inglês Sharpey Schafter, batizam o hormônio produzido no pâncreas de “insulina”.
  • Em 1921, os canadenses Frederich Banting e Charles Best, isolam a insulina.
  • No ano de 1922, inicia-se o uso da insulina injetável extraído de bois e porcos.
  • Em 1926, o americano J.J. Abel consegue cristalizar a insulina.
  • Em 1935, o dinamarquês H. C. Hangedorns produz a insulina NPH, com duração prolongada.
  • No ano de 1980, começa a utilização da insulina humana biosintética, idêntica ao do homem.

 

DADOS ESTATÍSTICOS E PREVISÕES

Conforme cita as Dras. Denise Cerqueira Leite Heller e Patrícia Guillon Ribeiro, o final do século XX e o início do século XXI têm sido marcados por grandes transformações: uma delas diz respeito aos hábitos da população mundial, especificamente os alimentares. Comenta que hoje em dia os alimentos são na maioria mais industrializados do que no século passado. Além do mais, a popularização de alimentos rápidos (fast foods), devido às condições sociais e a falta de tempo, atingiram não somente os adultos, mas também as crianças. Assim, no mundo todo, tem-se verificado uma incidência muito grande de pessoas obesas e também de doenças como o diabetes.

Segundo descrições das autoras, estima-se que até o ano 2010, serão 239,3 milhões de diabéticos no mundo, dos quais 23,7 milhões de diabéticos Tipo 1 e 215,6 milhões do tipo 2 (Negrato, 2001). Desde 1994, esse número praticamente duplicou. Assim, podemos observar que, no mundo inteiro, o número de crianças obesas e diabéticas tem aumentado violentamente.

PERFIS DA DOENÇA

Ela é classificada de acordo com o comportamento do pâncreas – se ele produz menos ou nenhuma insulina.

••• DIABETE TIPO 1

Responsável por apenas 10% dos casos, ela costuma surgir repentinamente – e cedo. O pico da incidência acontece na infância entre 4 a 6 anos, e na adolescência, entre 11 e 16 anos. Os pacientes normalmente são magros e são dependentes da reposição de insulina. Sintomas: Urinar muito; Estar sempre com sede; Sentir muita fome; Sentir-se cansado; Ter perda de peso de forma repentina.

••• DIABETE TIPO 2

Pelo menos oito em cada dez portadores de diabete tipo 2, apresentam excesso de peso. Com importante componente genético, costuma acometer adultos com mais de 40 anos de idade. Os sintomas típicos, às vezes passam despercebidos, e a maioria deles só descobre quando a doença já causou muitos danos. Sintomas que chamam atenção: Infecções freqüentes; Alteração na visão; Letargia/Cansaço; Formigamento nos pés; Dificuldade de cicatrização; etc.

CRIANÇAS E DIABETES

Na atualidade, a incidência de diabetes em crianças é muito grande. No entanto, não significa que estas devam ser infelizes. Um dos fatores importantes nesta conduta, está na capacidade dos pais em ajudar com competência, deixando a piedade de lado. Desta forma, pais bem informados são aqueles que melhor conduzem a questão, sem gerar traumas.

Como a criança encara a doença conforme a faixa etária:

••• DE 0 A 5 ANOS

Até 2 anos é totalmente dependente dos adultos e a partir dos 3 já verbaliza o que sente e começa a reconhecer os sintomas da hiperglicemia. A insulina geralmente é aplicada pelos pais.

••• DE 6 A 10 ANOS

Com esta idade, já se pode iniciar a auto-aplicação da insulina, porém com a supervisão dos pais. Já reconhece e sabe dizer que tem diabetes. Tem ou deve ter consciência do que pode comer e saber de suas limitações. Naturalmente saber que vai ser portador da doença pelo resto da vida e que ninguém é culpado por isso. Saber também que sob devidos cuidados, poderá ter uma vida normal e conviver socialmente.

••• A PARTIR DE 11 ANOS

Deverá estar apto a lidar com a doença. Entender como a insulina, os exercícios e os alimentos se relaciona. Ter consciência das prováveis complicações que poderá ter no futuro e em longo prazo. Nesta idade, geralmente inspira ter independência, mas não dispensa o apoio dos pais.

No passado, diabetes em crianças era sinônimo de Diabetes tipo 1. Porém na atualidade e cada vez mais, surgem crianças com Diabete tipo 2. O motivo da maioria está na obesidade e algumas, fruto de tratamentos agressivos, tais como uso excessivo de antibióticos.

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